"Mas eu sou assim. Tudo na minha vida eu construí com luta. Eu conheço gente por aí que sonha a vida inteira com as coisas e fica tudo no sonho. O Inacabado vai ficar aí. Depois que eu morrer, a cidade ainda vai poder desfrutar dele." Otavinho Arantes

terça-feira, 31 de agosto de 2010

Oportunidade de atuar em palco do Teatro InAcabado


Você deseja realizar todos os seus talentos e mostrar que você é capaz?
Você tem algum grupo de dança, de canto, de instrumental ou de alguma companhia de teatro?

Você é ambicioso, talentoso e pronto para ter sucesso?
Você quer ouvir os aplausos?
Tome o primeiro passo para a fama!
Convidamos todas as pessoas talentosas que querem conseguir fama e popularidade.
Nós ajudamos aqueles que têm criatividade e querem atingir o profissionalismo.
teatroinacabado2010@gmail.com

terça-feira, 24 de agosto de 2010

Teatro Otavinho Arantes renasce em novo papel

"Opopular", Goiânia, 02.09.1997
Rute Guedes

no aniversário de Goiânia a cidade deve receber de volta um dos mais emblemáticos símbolos de resistência na luta pela arte no Estado: o Teatro Otavinho Arantes, antigo Inacabado, ainda em reforma. A promessa é feita pelo atual administrador do local, o ator Hamilton José, nomeado pela Agremiação Goiana de Teatro (AGT) no começo, depois de quatro anos de abandono, foi disputado na Justiça com outra entidade e invadido por menores de rua. 
A reinauguração, esclarece Hamilton José, era para ter acontecido ainda em agosto, mas foi adiada devido a problemas técnicos e financeiros. No entanto, adianta ele, o público ainda não vai receber o teatro em perfeito estado, pois a reforma completa só deverá ser finalizada em dezembro. "Vamos inaugurar a primeira etapa da reforma com um ou dois dias de programação com artistas locais. Até o aniversário de Goiânia pretendemos concluir a pintura de todo o prédio, a troca da iluminação hidraúlicas e sanitárias, telefones, novas portas, vidros, muros, grades de segurança e camarins, além de ter passado por um processo de higienizção.
O responsável pela projeto da reforma, o arquiteto e ator Walter Guerra, da AGT, um dos pioneiros do Teatro Inacabado, conta que serão necessários cerca de R$ 300 mil para a finalização completa da obra, o que inclui as poltronas e o restante das inclui as poltronas e o restante das instalações cênicas. Para conseguir a verba, a AGT está em busca de recursos junto ao Fundo National de Cultura. "Temos esta brecha porque o teatro já foi tombado pelo patrimônio histórico. O que não conseguirmos pelo Fundo procuraremos angariar junto à iniciativa privada, através de parcerias e permutas, como já estamos fazendo com o material de pintura", anima-se Guerra.

Mudanças
Depois de sobreviver a anos de abandono, sucessivas reformas e reinaugurações, invasões de mendigos e menores de rua e até a um incêndio na década de 70, o Teatro Otavinho Arantes, garantem seus administradores, vai assumir agora um novo papel, ao mesmo tempo mais independente e integrado com a sociedade, ofrecendo serviços e buscando parcerias. A concretização do espaço como uma fundação e não apenas como uma casa de espetáculos, sublinha Hamilton José, é uma das principais metas da AGT.
"A nossa reforma não é apenas física, mas também de proposta. Estamos trabalhando para que isto aqui se transforme num centro de cultura e criação em áreas integradas como saúde e educação, sempre com projetos voltados para a criança e o adolescente", explica o administrador do local, tomando como exemplos os projetos Axé, da Bahia, e Moleque, de São Paulo.




Para o veterano Walter Guerra, que desenhou os primeiros esboços do teatro no fim da década de 50, chegou a hora da independência. "Durante muito tempo o Teatro Inacabado, um nome fatídico, foi visto como um coidadinho, algo que não dava certo, apesar dos momentos de glória das peças e nomes importantes da arte dramática que passaram por aqui, como Fernanda Montenegro, Sérgio Britto, Ziembinsky, Eva Todor, entre outros. Queremos resgatar esta história, mas também não queremos que ninguém passe a mão em nossas cabeças. Sabemos do nosso valor. Temos um projeto que é importante para a cidade, sabemos que temos como lutar e o que temos para oferecer: a arte."

sexta-feira, 20 de agosto de 2010

Època de Ouro

1959
O Teatro Inacabado começa a ser construído a partir de projeto dos arquitetos Walter Guerra e Lindolfo Nunes da Rocha.
1963
Sem uma inauguração ofical, o teatro abre as portas â população goianiese. A primera peca encenada foi O pagador de promessas, de Dias Gomes. A partir de então, companhias de teatro de São Paulo e do Rio de Janeiro se apresentam no espaço.
1966
Fernanda Montenegro, Sergio Brito e Fernando Torres apresentam o espetaculo O Homem do Princípio ao Fim, de Millor Fernandes.
1967
O Teatro Inacabado e incendiado por causa de imperícia de um funcionário que trocava o telhado. 
1969
O Inacabado e reaberto depois de passar por uma reforma e recebe a peca O Avarento, de Moliere, encenada pelo pai do teatro brasiliero, Procópio Ferreira.
1971
Apresentação da peca Henrique IV, de Pirandello, com Ziembinski na direção e no papel principal.
1973
Fernanda Montenegro volta a se apresentar no Inacabado com espetaculo Computa, Computador, Computa, de Millôr Fernandes, dirigido por Fernando Torres.
1974
Paschoal Carlos Magno grava suas mãos e dá autografo em cimento do teatro.
1977
Aracy Balabanian, Walmor Chagas, Lucelia Santos e Cláudio Marzo apresentam o espetáculo Brecht Segundo Brecht.
1978
Rosamaria Murtinho apresenta a peca A Infidelidade ao Alcance de Todos, de Lauro César Muniz.
1991
Morre Otavinho Arantes e a partir de então começa um processo de abandono do espaço.
1993
O Teatro Inacabado é ocupado por meninos em situação de risco social. Novo Incêndio. Expulsão do diretor do teatro, marcos Fayadi.
1994
O Inacabado e tombado pelo Conselho do Patrimônio Histórico e do Meio Ambiente da Secretaria Municipal de Cultura de Goiânia.
1996
Membros de Federação de Teatro de Goiás entram com representação junto a Ministerio Publico pedindo a reintegração de posse do teatro e fazem vigília 24 horas na porta do prédio para impedir a entrada dos invasores.
1997 
A Justica reintegra a posse do teatro à Agremiação Goiana de Teatro (AGT).
1998
É institúida a Fundação Otavinho Arantes e começa um processo de retomada do teatro.
2001
A curadoria de fundações da comarca de Goiânia destitui o conselho de curadores e nomia Hamilton José Amorim interventor administrador da Fundação Otavinho Arantes. Comecam a ser desenvolvidos projetos sociais com crianças e adolescentes.
2002
O Teatro Inacabado integra a mostra de teatro Goiânia In Cena, promovido pela Prefeitura de Goiânia.
2005
Começa uma nova reforma do teatro com recursos obtidos junto ao governo do Estado, cuja previsão de conclusão era para o ano seguinte.

Època de Ouro do Teatro em Goiás

Procopio Ferreira, Fernanda Montenegro, Fernando Torres, Ziembinski, Eva Todor, Tônia Carreiro, Walmor Chagas, Lucelia Santos, Sergio Britto, Paulo Autran, Aracy Balabanian e Mauro Mendonca são alguns dos nomes que passaram pelo palco do Teatro Inacabado. Naquela época o Teatro Goi ânia ainda não comportava grandes produções e era no Teatro Inacabado que os espetáculos nacionais se apresentavam quando vinham a Goiânia. Também ali surgiram e se afirmaram grandes nomes do teatro goiano, como o próprio Otavinho Arantes, Cici Pinheiro e Telma Reston.
Goiânia é uma cidade jovem e conhecida pela grandeza de seus artistas. No entanto, com apenas 75 anos de idade a capital já enfrenta a perda de informações sobre sua memória cultural. E a memória de uma cidade e um bem do cidadão, uma conquista que se traduz tanto nos monumentos e édifícios como nos modos e costumes das gerações que colaborarem para a sua construção e desenvolvimento. O documentário Inacabado - O Teatro a Cidade busca prestar homenagem a Goiânia ao por em relevo um período improtante da história da cidade e de seus personagens.